Imagem capa - ORIGENS E TRADIÇÕES NOS CASAMENTOS por Rosélia Lima
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ORIGENS E TRADIÇÕES NOS CASAMENTOS

Vestido Branco de Noiva

Nesse ponto é difícil saber qual a origem mais correta ou de maior importância. As mais interessantes que encontrei contam:

- Napoleão Bonaparte, pode ter popularizado o uso do branco em 1804, já que o recém-intitulado imperador francês e sua esposa, Josefina, mandaram confeccionar trajes brancos bordados com fios de ouro para a cerimônia de coroação, ocasião na qual aconteceu também a oficialização da união do casal.

- Alguns argumentam que a tradição surgiu no século XVI quando a Rainha da Escócia, Mary Stuart, optou por vestir branco no seu casamento em homenagem à família materna, cujo brasão tinha essa cor.

- Outros relatos afirmam que a pioneira foi a Rainha da França, Maria de Médici, que casou-se com um traje branco repleto de detalhes dourados e decote quadrado, em pleno século XVII, quando até então, predominavam os tons escuros e vestidos fechados até o pescoço. A associação da cor branca à pureza também foi feita nessa época por Michelangelo, já que a Rainha casou-se com apenas 14 anos.

- A versão romântica fica por conta de Vitória, Rainha da Inglaterra, que dizem foi uma das primeiras nobres a se casar por amor, no século XIX. Além do traje branco, a rainha ousou ainda mais ao substituir a coroa por flores na cabeça e véu.

Hoje, as variações do branco – off White, champagne, nude – ganham um grande espaço no mercado. Mas não é regra, no Oriente, como na Índia, por exemplo, é muito comum as noivas usarem vermelho para atrair a sorte.


Utilização do Véu

Em árabe, “hijab” – véu, significa “o que separa duas coisas”, representando portanto a transição da vida de solteira para a nova vida de casada.

Assim como o vestido branco de noiva, o uso do véu aparece ao longo da história em diferentes épocas e culturas.

Na antiguidade, o véu era usado por mulheres pertencentes à nobreza, para proteger os cabelos, rosto e pescoço contra os danos do sol.

Na Grécia antiga, o véu era usado pela noiva para protegê-la dos maus espíritos, infortúnios e possíveis admiradores. Já na Idade Média ele era um forte símbolo de nobreza, quanto maior o véu, maior a riqueza. Com a chegada do cristianismo o uso do véu no casamento passou a ser interpretado como sinal de virgindade.

Quando os casamentos eram arranjados e dotes negociados, muitas famílias queriam que o rosto da noiva ficasse oculto até o último minuto possível, para que a jovem menos atraente não fosse rejeitada. Assim, o véu tinha o propósito de ocultar o rosto da mulher ate que o "sim" fosse pronunciado. A partir desse fato é que provavelmente surgiu a superstição de que dá azar o noivo ver a noiva antes do casamento.


Buquê da Noiva

Na Grécia, os buquês eram feitos com alho e ervas, com o intuito de afastar o mau olhado e inveja, e atrair energias positivas.

Na tradição européia, era comum que as noivas recebessem flores e ervas na caminhada até o altar, era uma maneira dos convidados desejarem boa sorte e espantar os maus espíritos, desejando assim felicidade aos noivos.

Na Polônia, as noivas carregavam flores e salpicavam açúcar no buquê, a crença era de que isso traria prosperidade e "doces" anos de convivência.

Já perceberam que a origem do buquê não é nada romântica, né? A versão mais conhecida é de que eles nasceram de necessidade mesmo, para disfarçar o odor. Na Idade Média, na Europa, as pessoas tomavam somente um ou dois banhos no ano. Com isso, as noivas carregavam buquês para mascarar o cheiro do odor corporal.


Posicionamento do Casal no Altar

Essa tradição teve início entre os anglo-saxões, a noiva deveria sempre se posicionar do lado esquerdo de seu futuro marido. A explicação para isso é que, caso alguém tentasse raptar a noiva, o noivo teria seu braço direito livre para empunhar sua espada e sair em defesa de sua amada.

Os mais românticos afirmam que permanecer do lado esquerdo do noivo a deixa mais perto do seu coração.

Também por esse motivo é que os familiares, madrinhas e padrinhos do noivo se posicionam do lado direito, e os da noiva, do lado esquerdo.


Troca de Alianças

Os egípcios - aproximadamente 5000 anos atrás - foram os primeiros a trocarem "os anéis de amor". Eram feitos em couro ou tecido; eles viam o anel como um círculo, sem início e sem fim, representando assim a vida eterna e o amor imortal. Alguns celebrantes costumam dizer que elas não possuem emendas, assim como casamento não deve ter (acho lindo esse simbolismo).

Na Grécia, o uso de alianças foi introduzido por Alexandre o Grande. Elas eram confeccionadas em ferro imantado, simbolizando que os noivos permacessem para sempre conectados, mantendo a atração. Há relatos de que os gregos foram os precursores em divulgar e aumentar a tradição da troca de alianças, que para eles tinham sinal de cuidado e afeição.

A palavra aliança tem origem no latim alligare, que significa relação de proximidade, de união. Portanto, fazer uma aliança com alguém é o mesmo que fazer um pacto, um acordo.

A troca de alianças celebram um acordo de cumplicidade, amor e fidelidade; representa um elo material e espiritual entre duas pessoas que compartilharão a partir de então alegrias e tristezas.

Extra:

Segundo os chineses, cada dedo da mão representa um membro da família:

Polegar: os pais

Indicador: os irmãos

Médio: você mesmo

Anelar: seu companheiro

Mindinho: os filhos

De acordo com a explicação, ao se unir os dedos das duas mãos pela ponta dos dedos, exceto os dedos do meio que devem estar dobrados um de frente para o outro, ao tentar separá-los, acontece algo inusitado: os polegares podem ser separados (indicando que você não viverá com seus pais por toda a vida), os indicadores também (mostrando que os irmãos e irmão também vão se separar de você, pois terão suas próprias famílias), os dedos mínimos também se separar facilmente (indicando que seus filhos também irão crescer e se separar de você). Finalmente, os dedos anelares, não conseguimos separá-los, significando que marido e mulher devem viver juntos o resto da vida.


Beijo no Final da Cerimônia

São vários os significados que o beijo dos noivos têm.

A história romana mostra que um casal estava oficialmente noivo se eles se beijassem na frente de um grande grupo, incluindo a família. Também tinha o simbolismo de um gesto de compromisso, tal como um aperto de mão no final de uma negociação.

Na cultura cristã, o beijo no casamento representando duas almas tornando-se um só corpo.

Uma das explicações mais utilizadas entre algumas culturas é que, durante o beijo nupcial, haveria uma troca de espíritos através da respiração do casal, além do compartilhamento de suas almas pelo contato dos seus lábios! (e eu fiquei fã dessa versão).


Chuva de Arroz

Atualmente, o "politicamente correto" tem feito com que a chuva de arroz seja substituída por elementos como: bolinhas de sabão, pétalas de rosas, chuva de prata, balões, sparkeles, etc.

Esse costume já era seguido mais de dois mil anos antes de Cristo. Os chineses consideram o arroz como símbolo de fartura e felicidade pelas muitas utilizações que o grão representa, não apenas na culinária, mas fabricação de artigos, como chapéus e travesseiros.

Para demonstrar riqueza, um mandarim (alto funcionário público chinês) encomendou uma verdadeira chuva de arroz para ser atirada sobre sua filha no final do seu casamento. Isso simbolizava a vida próspera e fértil que ele desejava ao novo casal.


Madrinhas e Padrinhos

A tradição mais comuns de madrinhas e padrinhos de casamento é norte-americana e é só dela que vou falar então.

Nela existem 4 níveis de padrinhos, os mais importantes são "Maid of Honor" (Madrinha Chefe de Casamento) e "Best Man" (Padrinho Chefe de Casamento), e ainda bridesmaid – madrinha e groomsman – padrinho.

A grande diferença está nas funções. Best Man e a Maid of Honor são títulos concedidos a uma pessoa de confiança, assim essas pessoas deverão ajudar os noivos a planejarem e organizarem todos os eventos relacionados à cerimônia do casamento. Já a bridesmaid e o groomsman possuem as funções de uma padrinho e madrinha nas celebrações que conhecemos aqui no Brasil.

No Brasil, normalmente os padrinhos são escolhidos por afinidade - de parentesco ou amizade, participam da cerimônia com papel de destaque; mas pouco se envolvem na organização do casamento.


Damas de Honra

Na Idade Média, acreditava-se que a noiva deveria convidar amigas que se vestissem de forma parecida e também carregassem buquês, afim de confundir os maus espíritos e retirando qualquer tipo de energia negativa que pudesse pairar em torno da noiva.

Essa prática é mais comum nos casamentos europeus e americanos, mas algumas noivas brasileiras também aderiram à prática, claro, que com outro significado.


Bolo de Casamento

Os romanos, partiam uma espécie de pão sobre a cabeça dos noivos e acreditavam que quanto maior o número de migalhas, mais próspero o casal seria.

Mais tarde, os britânicos passaram a distribuir doces para os noivos, que os empilhavam e tentavam se beijar sobre os mesmos! Conta-se que após observar essa tradição, um francês teria tido a ideia de confeccionar apenas um doce, sobrepondo bolos e finalizando com glacê.

Além disso, cortar o bolo juntos representa partilha e união.


Bem-Casados

Essa é um tradição muito conhecida, o que poucos sabem é que o bem-casado representa duas partes (massas de pão-de-ló) que se unem e são seladas pela cumplicidade e respeito mútuo (recheio de baba de moça).

Diz a lenda que todos que saborearem um bem-casado estarão abençoados com a mesma sorte e felicidade dos noivos. Antes de dar a primeira mordida, faça o seu pedido!


Jogar o Buquê

De acordo com registros históricos, a tradição de jogar o buquê de noiva para as solteiras surgiu no século XIV, na França. Com a valorização dos vestidos, a brincadeira passou a substituir outro costume antigo, o de arrancar pedaços do vestido da noiva para atrair sorte e amor. Sendo assim, a solteira que consegue pegar o buquê, segundo a crença, é a próxima sortuda a se casar.


Lua-de-Mel

Uma explicação para o termo vem da tradução literal da palavra honeymoon.

Achei diversas fontes que dizem que isso acontecia na Irlanda, Babilônia e Pérsia, portanto, a origem da fonte não é precisa... Mas achei a história interessante: durante uma lua ou um mês logo após ao casamento, os noivos tinham o costume de beber uma bebida à base de mel: o hidromel. Diz-se também que essa bebida era utilizada como fonte de energia, já que nesse período, os noivos se mantinham sozinhos comemorando o casamento.

Também conta-se que na Roma Antiga, eram espalhadas gota de mel nas soleiras dos recém-casados para desejar-lhes boa sorte.


Algo Velho, Algo Novo, Algo Emprestado, Algo Azul

Embora pouco praticada no Brasil, eu acho essa tradição muito interessante.. e estou aqui "levantando a bandeira" para que mais noivas pratiquem-a.

Essa tradição, muito conhecida pelos norte-americanos, é muito simples, prega que a noiva deve providenciar para seu grande dia:

- algo velho (algo que signifique muito para algum membro da família - pode ser uma joia de família, por exemplo - isso irá simbolizar a eterna ligação entre a noiva e sua família).

- algo novo (um presente que vai simbolizar a sorte para a nova vida de casada).

- algo emprestado (algo emprestado que simbolize a ligação com os amigos mais próximos e que sempre farão parte da vida da noiva).

- algo azul (esse item vai simbolizar a fidelidade entre os noivos até o fim das suas vidas).



Outras Curiosidades e Superstições:

* Na tradição inglesa, quarta-feira é considerado o melhor dia para se casar, já a segunda é considerado melhor para a riqueza e terça ideal para a saúde.

* De acordo com a tradição hindu, chuva no dia do seu casamento é considerado boa sorte.

* As noivas suecas colocam uma moeda de prata do seu pai e uma moeda de ouro da sua mãe em cada sapato para garantir que nunca falte dinheiro no casamento.

* As mulheres marroquinas tomam um banho de leite para se purificar antes da cerimônia de casamento.

* Dezessete toneladas de ouro são usadas em anéis de casamento a cada ano nos Estados Unidos!

* No Egito, a família da noiva, tradicionalmente, cuida de toda a comida do casal na semana seguinte ao casamento. Assim eles podem se curtir e relaxar.

* Na África do Sul, os pais do casal realizam tradicionalmente a cerimônia de acender a chama do lar, para garantir que o fogo do casamento dos filhos nunca se apague.

* A lenda diz que mulheres solteiras vão sonhar com seus futuros maridos se dormirem com uma fatia de bolo de casamento embaixo do travesseiro.

* Se a irmã mais nova casar antes da mais velha, diz-se que a irmã mais velha deve ir ao casamento descalça porque senão nunca mais vai arrumar um marido.

* As despedidas de solteiro foram criadas por soldados espartanos, que brindavam seus últimos dias de solteiros com uma festa bem barulhenta.

* Aqui no Brasil, dizem que se a mulher comer direto na panela, é sinal de que vai chover no casamento. Outra tradição brasileira diz que não se pode varrer os pés das pessoas, senão elas não casam.

* Dizem ser de mau agouro dar facas de presente de casamento, isso pode simbolizar que os laços dos noivos serão cortados.

* Um costume oriental prega que o noivo carregar a noiva no colo para entrarem no quarto onde passarão a noite de núpcias, a protegeria dos maus espíritos que podem estar no chão, "pisando" neles.

* De origem marroquina, o dia da noiva teve início quando as noivas guardavam um momento antes da cerimônia para cuidarem da sua beleza, incluindo um banho de leite, que representava a purificação do corpo.

* Casamento molhado, casamento abençoado - diz-se que casar em dias de chuva traz esperança, fertilidade e bom início de vida a dois.

* Dizem que se a noiva chorar durante a cerimônia, não voltará a chorar em todo o tempo do seu casamento, já que, deixou todas as suas lágrimas, ali mesmo.

* O noivo chega antes na igreja e deve entrar com o pé direito! Dessa forma, ele atrai boa sorte e longevidade para a união. Além disso, a noiva deve entrar na igreja e percorrer o caminho sem tropeçar ou cair, assegurando uma vida boa e sem obstáculos para o casal.

* Uma das versões da tradição da marcha nupcial é que a Rainha Vitória era fã do músico Felix Mendelssohn, e encomendou uma composição especial. A música, que ficaria conhecida como “Marcha Nupcial”, foi composta em 1842 e ganhou fama após ser usada para o casamento de uma das filhas da rainha Vitória.

* Para dar um empurrãozinho e ajudar as amigas solteiras e encontrarem alguém especial, também existe a superstição de colocar o nome delas na barra do vestido.


Fonte: Rosélia Lima

Referências: Aceito Sim, Brasil Escola, Casar é Um Barato, Casuarinas, eNoivado, Giuliana Flores, Grupo Bisutti, Músicas Casamento BH, Oficina do Açúcar, Revista Icasei, Waufen, Zankyou.


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